Há muitos modos para ler Micromundos. Um primeiro sinal surge do próprio título da obra. Define-se por contraste, num sentido elíptico, com outro termo latente, cosmos, com o qual instaura uma forte tensão. Mas na dimensão desta poética não há margem para uma ordem nem sequer residuária ou escoada, sendo o seu lugar devassado pelo caos do tempo, da dor, do humano, da dor do tempo humano. (…) O que surpreende na tensão inexausta entre natureza e mundo, entre mito e tempo, é a centralidade da esfera visual, a fulguração da luz, revelando-se como a forma privilegiada de acesso ao instante poético (Roberto Vecchi).